TEXTOS EDUCATIVOS
Neste espaço você encontrará muitos textos acerca de diversos temas. Entre eles as diversas formas de linguagem.
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sexta-feira, 20 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
SOCIOLINGUÍSTICA
SOCIOLINGÜÍSTICA
A sociolingüística é a área da lingüística que estuda as relações entre linguagem e sociedade, pois os seres humanos vivem organizados em sociedades e são detentores de um sistema de comunicação oral, uma língua.
Língua e Sociedade
“Essa relação é mais profunda do que se imagina. A própria língua como sistema acompanha de perto a evolução da sociedade e reflete de certo modo os padrões de comportamento, que variam em função do tempo e do espaço. Inversamente, pode-se supor que certas atitudes sociais ou manifestações do pensamento sejam influenciadas pelas características que a língua da comunidade apresenta”.
SAUSSURE, Lingüística e Sociedade
A lingüística do século XX, com o início da tradição estruturalista (Saussure), teve um papel decisivo na questão da constituição da consideração da relação linguagem e sociedade.
Saussure reconhece a ligação entre língua e sociedade, mas não a assume como objeto de seus estudos lingüísticos. Ele define a língua, por oposição à fala, como objeto central da
Lingüística, tendo esta a tarefa de descrever o sistema formal da língua.
Para Saussure a língua é caracterizada como um produto social da faculdade da linguagem, isto é, a língua é um fato social, no sentido de que é um sistema convencional adquirido pelos indivíduos no convívio social.
Saussure institucionaliza uma distinção entre Lingüística Interna e Lingüística externa e, privilegiando o caráter formal e estrutural do fenômeno lingüístico afirma que: “o estudo dos fenômenos lingüísticos externos é muito frutífero; mas é falso dizer que sem estes não seria possível conhecer o organismo lingüístico interno”
O que é variação lingüística?
Para Cagliari, 1999, são as peculiaridades que a língua vai adquirindo com o tempo em função do seu uso por comunidades específicas. “Todas as variedades, do ponto de vista estrutural lingüístico, são perfeitas e completas entre si. O que as diferencia são os valores sociais que seus membros têm na sociedade.”
A sociolingüística está dividida em dois ramos, o norte americano e o europeu. Para o primeiro, variações lingüísticas são as diferenças dentro de uma mesma língua quanto ao uso, vocabulário, semântica. E, o ramo europeu considera como variação lingüística o dialeto. O que, para alguns lingüistas, é considerado outra língua.
Fichamento do texto: A Escola entre a Ciência e o Senso Comum, Marcos Bagno, 2007.
“...onde tem variação (lingüística) sempre tem avaliação (social).”
O autor coloca que nossa sociedade é extremamente hierarquizada e que os bens e valores culturais circulantes, incluindo a língua, também o são. Dessa maneira, a sua forma de falar diz à que camada social você pertence. O que torna a língua um poderoso instrumento de controle social, de promoção ou de humilhação, de inclusão ou de exclusão.
Mesmo sabendo que as formas nós vai e nós vamos são duas formas de dizer a mesma coisa, elas comunicam a origem social de quem fala, sua inserção maior ou menor na cultura letrada, sempre mais valorizada que a oral.
Ao professor cabe promover a reeducação sociolingüística, que é valer-se do espaço e do tempo escolares para formar cidadãos conscientes da complexidade da dinâmica social, das múltiplas escalas de valores que empregamos a todo momento em nossas relações com as outras pessoas por meio da linguagem.
Esse trabalho implica em levar o aluno a:
Entender que é possuidor de plena capacidade de expressão.
Tomar consciência da escala de valores existente na sociedade, mas sem levar a aceitação dessa discriminação nem à submissão a ela.
Ampliar o seu repertório comunicativo.
Conscientizar-se de que a língua é elemento de promoção social e também de repressão.
Inserir-se nas práticas de letramento.
Reconhecer a diversidade lingüística como uma riqueza da nossa cultura.
Bagno faz uma crítica ao uso inadequado das tiras do Chico Bento, dos sambas de Adoniran Barbosa e dos poemas de Patativa do Assaré para tratamento da variação lingüística. O uso apenas desses exemplos mostra que a variação lingüística é tratada como sinônimo de variedade regional, de pessoas não escolarizadas. Além disso, as falas desses personagens não são representações fiéis das variedades lingüísticas que veiculam, mas deve ficar claro que esse não é o problema já que são manifestações artísticas e não têm o compromisso científico.
O interessante seria levar os alunos a refletirem sobre a não fidelidade da transcrição que aparece nas tirinhas e que muitos traços ali presentes apareçam no meio urbano também.
O português brasileiro são três: uma norma padrão que ninguém fala, aquela da gramática. Um conjunto de variedades estigmatizadas e um conjunto de variedades prestigiadas.
Existem dois conjuntos de traços lingüísticos:
Traços graduais – presentes em todos os falantes (rôpa, pôco, ôro)
Traços descontínuos – presentes nos falantes das variedades estigmatizadas (teia, abêia, trabaia)
O conceito de erro: é sociocultural e depende da avaliação do meio que se está inserido. Para a lingüística o erro não existe, ele é um fenômeno passível de ser explicado por teorias lingüísticas.
“Certo e errado são conceitos pouco honestos que a sociedade usa para marcar os indivíduos e classes sociais pelos modos de falar e para revelar em que consideração os tem... Essa atitude da sociedade revela seus preconceitos, pois marca as diferenças lingüísticas com marcas de prestígio ou estigma.” (CAGLIARI, 1999)
sábado, 7 de maio de 2011
"MULHER, MÃE: CHORA MAS CONTINUA CAMINHANDO!"
O título desta postagem é uma frase dita por uma secretária chamada Sandra às suas colegas de trabalho, quando tentavam se salvar de um incêndio ocorrido em edifício comercial no centro de Taubaté (SP), no dia 4 de fevereiro de 2.011. Ao se verem cercadas pelo fogo e pela fumaça tóxica, aquelas mulheres se desesperaram e, paralisadas, só gritavam e choravam muito. Num brado cheio de autoridade e determinação, Sandra disse àquelas mulheres que até podiam chorar, mas que continuassem caminhando. Foi o que fizeram e todas se salvaram.
Este fato me fez refletir sobre as tantas e tantas vezes que, direta ou indiretamente, o Senhor Deus me disse a mesma coisa, quando estive em meio a tribulações terríveis. Quantas vezes só chorei, sem forças para lutar e prosseguir! Quantas vezes me vi cercada por "labaredas", sem a menor visibilidade, sem saída nenhuma, mas em um dado momento a voz do Senhor me apontou o caminho, levantei os olhos, vi a saída e uma força sobre natural me fez reagir e dar a volta por cima!
Muitas vezes Deus usa pessoas ao nosso redor para nos transmitir o seu recado e devemos estar atentos a isto. Temos que diariamente pedir ao Senhor que nos dê o discernimento necessário para saber diferenciar o recado que vem dEle, porque o diabo nos assedia constantemente, trazendo palavras de derrota. Aquelas mulheres paralisadas e em desespero estavam sob o domínio do medo, uma sensação transmitida pelo diabo. Elas certamente morreriam ali, não fosse a intervenção de Deus, através de Sandra. Quando Deus fala, o diabo se cala, porque a voz do Senhor é forte e poderosa!
Então hoje aqui eu quero fazer como fez Sandra: Digo a todas vocês, minhas leitoras que eu amo tanto: VOCÊS PODEM ATÉ CHORAR, MAS CONTINUEM CAMINHANDO! Não entreguem os pontos, não desistam da luta, descruzem os braços, não se autoflagelem e nem vivam de murmurações, porque pra tudo há uma saída sempre.
Meditem na força que tem A VOZ DO SENHOR em SALMOS 29:
"Dai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, dai ao Senhor glória e força.
Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.
A voz do Senhor ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas.
A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.
A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.
Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens.
A voz do Senhor separa as labaredas do fogo.
A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.
A voz do Senhor faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória.
O Senhor se assentou sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como Rei, perpetuamente.
O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz."
terça-feira, 3 de maio de 2011
MONÓLOGO DE UM ESTUDANTE
"Não, eu não vou bem na escola. Esse é o meu segundo ano na sétima série e eu sou muito maior que os outros alunos. Entretanto, eles gostam de mim. Não falo muito na aula, mas fora da sala sei ensinar um mundo de coisas. Eles estão sempre me rodeando e isso compensa tudo que acontece na sala de aula.
Eu não sei porque os professores não gostam de mim. Na verdade eles nunca acreditam que a gente sabe alguma coisa, a não ser que se possa dizer o nome do livro onde a gente aprendeu. Tenho em casa alguns livros: dicionários, Atlas, livro de português, matemática, ciências e outros que a professora manda comprar. Mas não costumo sentar e ler todos, como mandam a gente fazer na escola.
Uso meus livros quando quero descobrir alguma coisa. Por exemplo, viajo sempre com meu tio, que é caminhoneiro. Quando ele me convida para fazer entrega no final de semana, vamos logo procurar num mapa rodoviário o caminho para chegar a outra cidade.
Mas, na escola, a gente tem de aprender tudo que está no livro, e eu não consigo guardar. No ano passado, fiquei uma semana tentando aprender os nomes dos imperadores romanos. Claro que conhecia alguns como Nero, César e Calígula. Mas é preciso saber todos juntos e em ordem. E isso eu nunca sei. Também não ligo muito, pois os meninos que estudam os imperadores têm aprender tudo o que eles fizeram. Estou na sétima série pela segunda vez, mas a professora agora não é muita interessada nos imperadores. Ela quer é que a gente aprenda tudo sobre as guerras gregas.
Acho que nunca conseguirei decorar nomes em História.
Este ano, comecei a aprender um pouco sobre caminhões porque meu tio tem três, e disse que posso dirigir um quando fizer dezoito anos. Já sei bastante sobre cavalo-vapor e marchas de cinco marcas diferentes de caminhão, alguns a diesel. É gozado como os motores a diesel funcionam. Comecei a falar sobre eles com a professora de Ciências na quarta-feira passada, quando a bomba que a gente estava usando para obter vácuo esquentou. Mas a professora não via a relação entre um motor a diesel e a nossa experiência sobre a pressão do ar. ]
Fiquei quieto. Mas os colegas pareceram gostar. Levei quatro deles à garagem do meu tio e como ele entende disso...
Eu também não sou forte em Geografia. Neste ano, eles falam em Geografia física. Durante toda a semana estudamos agricultura de roça no mundo tropical, sistemas agrícolas tradicionais, mas não sei bulhufas. Talvez porque faltei á aula, porque meu tio me levou a Ribeirão Preto com uma carga de televisão. Trouxemos de lá um carregamento de açúcar. Meu tio tinha me dito as estradas e as distâncias em quilômetros. Ele só dirigia o caminhão e eu ia lendo as placas com os nomes das cidades onde passávamos. Até Campinas contei um montão de fábricas e daí para frente era só canavial. Mas para que tanta cana em São Paulo?
Paramos duas vezes e dirigimos mais de 600 quilômetros, ida e volta. Estou tentando calcular o óleo e o desgaste do caminhão para ver quanto ganhamos.
Eu costumo contar minhas viagens para meus colegas da escola e eles gostam muito porque há sempre novidades. Gostaria de fazer minhas redações sobre as viagens que faço com meu tio, mas outro dia o tema da redação na escola era: "O que uma rosa leva na primavera". Não deu... Também não dou para Matemática. Parece que não consigo me concentrar nos problemas. Um deles era assim: "Se um poste telefônico com doze metros de comprimento cai atravessado em uma estrada, de modo que um metro e meio sobre um lado e um metro de outro, qual a largura da estrada?" Acho uma bobagem calcular a largura da estrada. Nem tentei responder, pois o problema não dizia se o poste tinha caído reto ou torto. Não vou bem em Educação para o Trabalho. Todos nós fizemos um suporte para pendurar plantas e a única mesa existente está sempre ocupada. Quis fazer uma caixa de ferramentas para o meu tio, mas a
professora não deixou, pois eu teria de trabalhar só em madeira. Acabei fazendo a caixa de ferramentas em casa e meu tio disse que economizou muito com o presente.
Meu pai disse que eu posso sair da escola quando fizer quinze anos. Estou doidinho para isso porque há um mundo de coisas que eu quero aprender a fazer e já estou ficando velho."
Depoimento adaptado de um aluno (transcrito do parecer do CFE nº 2164/78)
ATIVIDADES:
Questão 1: Você sente a mesma coisa em relação aos seus alunos?
Questão 2: Acontece este tipo de insatisfação com seus alunos?
Questão 3: Na sua escola anterior em que trabalhou, muitos alunos deixaram de estudar antes mesmo de concluir o Ensino Fundamental?
Questão 4: E hoje na que você está, isto vem acontecendo? Com que freqüência? Por quê?
Questão 5: A que causa você atribuiria esta fuga da escola?
Questão 6: O que você modificaria na escola? E na sua?
QUESTIONAMENTOS:
I . Como são as aulas de Língua Portuguesa em sua escola?
II . Em sua opinião, o que faltam a estas aulas, a fim de que se tornem boas? Justifique:
III . Você teve alguma surpresa em suas aulas de Língua Portuguesa enquanto professor(a)?
IV. Enumere 5 itens para que as aluas de Língua Portuguesa se tornem prazerosas.
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