TEXTOS EDUCATIVOS

Neste espaço você encontrará muitos textos acerca de diversos temas. Entre eles as diversas formas de linguagem.

SUA VISITA ME ALEGROU!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Casa Arrumada - Carlos Drummond de Andrade




Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

"A VIDA é uma pedra de amolar; desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos."
(George Bernard Shaw) 1856-1950

II LLEDUC PARTICIPE!

II Encontro Interdisciplinar de Língua, Literatura e Educação
Polos Carpina e Pesqueira- EAD/UFRPE
13 de agosto de 2011
O II Encontro Interdisciplinar de Língua, Literatura e Educação – LLEDUC é um evento que visa contribuir para divulgação dos trabalhos produzidos pelos licenciandos do curso de Letras da UFRPE. O evento apresenta caráter interdisciplinar, promovendo as articulações entre as áreas de Língua, Literatura e Educação.
O evento será realizado nos polos de Carpina e Pesqueira, tendo em vista as seguintes formas de apresentação de trabalhos:
• Mesa redonda
• Comunicações orais
• Painel de Fotografias
• Sessão de pôster
• Apresentação de vídeos
• Recital Poético
• Oficinas
• Exposição de materiais didáticos

Objetivo Geral do Evento
Contribuir para a formação profissional dos licenciandos do curso de Letras a distância, considerando uma abordagem interdisciplinar e as conexões entre os conhecimentos teóricos produzidos nas disciplinas cursadas no semestre letivo e suas dimensões de aplicabilidade prática.

Atividades a serem desenvolvidas para o evento:
 Apresentação de trabalhos pelos cursistas;
 Mesa Redonda;
 Realização de oficinas pelos cursistas e professores;
 Edição de um caderno de socialização de experiências e outras produções (textos, artigos, pesquisa, etc).

1) Formas de apresentação dos trabalhos dos cursistas:
• Comunicações orais: nesta modalidade de apresentação, os participantes terão 15 minutos para apresentar seus trabalhos.
• Painel de fotografias: os participantes podem apresentar seus trabalhos, por meio da construção de um painel com registros fotográficos.
• Sessão de pôster: os participantes podem apresentar seus trabalhos por meio de pôsteres no formato de 90 cm por 120 cm, no sentido de socializar suas produções.
• Apresentação de vídeos: os participantes podem apresentar pequenos vídeos, utilizando os recursos do movie maker, a fim de socializar seus trabalhos.
• Exposição de materiais didáticos: Os participantes podem apresentar jogos, sequências didáticas, projetos, desenvolvidos nas escolas a partir das orientações das disciplinas do curso.




Importante:
• Os participantes deverão enviar os resumos de seus trabalhos para a coordenação do evento.
• Os trabalhos submetidos precisam indicar os nomes dos professores orientadores, considerando os professores executores e os respectivos tutores das disciplinas.

I I LLEDUC- Encontro Interdisciplinar de Língua, Literatura e Educação

Modelo de Resumo


TÍTULO DO TRABALHO


Autor XXXXXXX (e-mail)
Orientadores:
Prof. Executor: XXXXX
Tutores: XXXXX
Universidade Federal Rural de Pernambuco- UFRPE
Educação a Distância




Desenvolver o resumo sem parágrafos, fonte arial 12, espaçamento simples entre as linhas, considerando as fases de desenvolvimento da pesquisa científica: introdução, metodologia, resultados, conclusões. Não é preciso especificar essas fases no corpo do resumo, mas é importante que o texto apresente elementos indicadores da pesquisa. O resumo deverá ter no máximo 300 palavras. O título deverá estar em caixa alta, negrito, fonte arial, tamanho 14. Indicações de autores, e-mails e instituições também deverão estar em negrio, fonte arial, tamanho 12. Todo o corpo do resumo deve ser realizado em arial 12, espaçamento simples.



Palavras-chave: inserir (no máximo) três palavras-chave relacionadas com a temática abordada no texto.





2) Mesa Redonda
O tema da mesa redonda deve ser escolhido pelos professores, alunos e coordenação do evento.
Deve ser uma temática que amplie os conhecimentos e a curiosidade dos cursistas.
3) Oficinas – cursistas e professores
Propostas:
 Formadores oferecem oficinas aos cursistas;
 Formadores oferecem oficinas aos professores municipais e comunidade;
 Cursistas farão oficinas para crianças, adolescentes, jovens e idosos.
Orientações para cursistas e professores que irão ministrar as oficinas:
 Encaminhar à coordenação do evento proposta da oficina contendo: Título; ementa, justificativa, objetivos, etapas da oficina, equipamentos e materiais utilizados e o público alvo.
4) Caderno de Socialização
A socialização de experiências, os relatos de pesquisa, a produção de artigos e textos devem ser orientados e corrigidos pelos tutores e professores executores antes de serem encaminhados à coordenação do evento.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O professor na vitrine





Marketing Pessoal faz a diferença

Passaram-se anos, e ainda tenho em mente a imagem dos meus professores da rede pública estadual. Lembro-me bem da minha professora de Língua Portuguesa, Dona Marly, que se vestia de forma simples, mas muito elegante. A professora Estela, de Matemática, chamava a nossa atenção por sua harmoniosa postura física e atitudinal dentro e fora de sala de aula. E o professor de Francês, Eduardo, tinha uma aparência sempre impecável.

Embora de estilos diferentes, os três tinham algo em comum: passavam uma imagem positiva que ensinavam e cobravam dos alunos. Eles tinham como lema: “A prática é o melhor exemplo”.

Como formador de opinião, o professor é um referencial “modelo” para o aluno e, no exercício de sua profissão, ele mostra a sua imagem pessoal/profissional, representa a imagem do corpo docente e vende a da instituição escolar. É disso que trata o Marketing Pessoal, que, naquela época, não tinha identidade.

Seja por falta de conhecimento ou entendimento, preocupar-se com Marketing Pessoal como diferencial para o professor, ainda é uma idéia rejeitada por alguns profissionais da área.
Conhecer significados como também técnicas e ferramentas desse tipo de marketing é hoje uma importante estratégia de empregabilidade utilizada para o exercício de qualquer profissão. Para professores e profissionais da área de educação, o Marketing Pessoal faz parte do seu dia-a-dia. Dessa maneira, a sala de aula é considerada uma verdadeira “vitrine”.

Enquanto, para as organizações, marketing tem a ver com a conquista e manutenção de clientes, o Marketing Pessoal trata da imagem que você mesmo projeta no mercado, ou seja, você sendo o seu principal cliente, como você está e o que está fazendo por você mesmo, indo um pouco além, o que as pessoas irão perceber do que você projeta. O Marketing Pessoal não é algo que você tem ou não tem, como um dom ou talento; é um processo contínuo de conquista que gera, como conseqüência, o valor que você passa a ter no mercado (Reinaldo Passadori, 2003).

Segundo Neto (2001), o Marketing Pessoal não trata as pessoas como um objeto. Antes, valoriza o ser humano em todos os seus atributos, suas características e sua complexa estrutura física, intelectual e até espiritual. Para o autor, o Marketing Pessoal é uma nova disciplina que utiliza os conceitos e instrumentos do marketing em benefício da carreira profissional e da vida pessoal dos indivíduos, valorizando os seus diferenciais mercadológicos, suas vantagens competitivas, catalisando os processos que facilitam o melhor posicionamento de mercado possível. E, para consolidar seu conceito sobre Marketing Pessoal, o autor cita Philip Kotler, pai dessa ciência, que define Marketing Pessoal como sendo: “O processo que inclui a concepção, o planejamento e a execução de ações que viabilizem a projeção pessoal das pessoas e dos profissionais”.

Entrando num estudo mais detalhado de Passadori (2003), ele nos leva a concluir que a postura, a aparência, a indumentária, bem como a voz, a elegância e a confiança, junto com suas atitudes e seus comportamentos, é que formarão esse conjunto de fatores que comporão a sua imagem.

Seguindo essa linha de pensamento, podemos compreender o Marketing Pessoal como sendo uma forma de investimento pessoal, e, para isso, é válido analisar algumas dicas sobre esses fatores. Segundo Lívio Callado, iniciando pela postura, o autor afirma que ela corresponde a 90% do Marketing Pessoal. Refere-se ainda à postura como “equivalente à moldura de um quadro”. Segundo ele, podemos entender a postura classificando-a em dois tipos: física e atitudinal. Quanto às atitudes, muitas são uma agressão a você e aos outros. Ele exemplifica com pessoas que andam projetando a cabeça para o chão e com os ombros caídos. Nessa categoria de postura atitudinal, as pessoas não se sentem à vontade no mundo. Nesse caso, bem mais grave, as pessoas são problemáticas e infelizmente necessitam de ajuda especializada. Para o autor, manter a postura correta é uma forma de respeito às pessoas. Ele também chama a atenção para a importância da postura e recomenda atividades físicas como sendo importantes para o funcionamento do organismo: aumenta mais a resistência às doenças, descarrega as tensões, arruma os ombros e impõe ritmo e energia à forma de caminhar e se comportar.

Para tratar de aparência e elegância, necessariamente, temos que recorrer às normas de etiqueta e boas maneiras. Embora ainda exista muito preconceito, Lívio Callado, especialista no assunto, quebra esse paradigma, ressignificando as normas de etiqueta e boas maneiras como sendo necessárias para deixar que a pessoa saiba se comportar em qualquer ambiente, lidar com os outros, sentindo-se segura, confiante e agindo o mais natural possível. O autor lembra a regra número um do Marketing Pessoal: “Não basta você se achar maravilhoso, as pessoas também precisam achar”.

Espelhados nas orientações do autor, podemos entender que a elegância no vestir para o profissional professor ou professora é um investimento necessário. Para isso, é importante a preocupação com a adequação da roupa com o ambiente de trabalho e sempre se evitar os excessos, como roupas extravagantes, decotes ousados, micros saias, acessórios e maquiagem arrojada. Se a direção da escola optar por uma padronização e escolher “fardamento”, estes deve seguir as mesmas recomendações, somadas a uma boa conservação e troca de modelo sempre que possível, para fazer a diferença. O investimento deverá ser feito em roupas de bom tecido, corte moderno, caimento impecável e cores discretas; orienta o especialista. Quanto aos calçados, o investimento deve ser voltado para o conforto, porém, as professoras devem tomar cuidado com o uso ou não de saltos. Usar sandálias baixas, por melhor que seja a grife, compromete a postura e, conseqüentemente, a elegância. Para complementar o Marketing Pessoal, no tocante à aparência e elegância, o autor recomenda cuidados com os cabelos, indicando um bom corte, higiene com a pele e as unhas, sempre bem cuidadas e, para concluir, o uso de perfume discreto e adequado ao horário e ambiente.

Além da elegância, seu comportamento também faz parte da etiqueta social. Sendo assim, não podemos deixar de lembrar a importância das normas básicas de comportamento à mesa, em sua participação nos eventos, sejam profissionais ou pessoais, como: encontros pedagógicos, congressos, cursos de capacitação. Considerando que a etiqueta social hoje faz parte do currículo, o especialista no assunto recomenda um curso com profissional especializado.

Para tratar do fator comportamento, no Marketing Pessoal, o especialista inicia pela questão “convivência com os colegas de trabalho”. Se, para os profissionais em geral, esse fator é importante; para o professor, passa a ser uma exigência. No dia-a-dia do professor, ensinar aos alunos respeito mútuo, relacionamento transparente e clima harmonioso no ambiente escolar perpassa pela prática desse profissional e funciona como o efeito espelho. Portanto, caro professor, suas atitudes e seus comportamentos, fora e dentro do ambiente escolar, é o próprio ensino. Nesse caso, o autor lembra o uso das palavrinhas mágicas: “por favor”, “com licença” e “obrigado”, antes mesmo das cobranças para com os alunos. Ele ainda ressalta a importância e elegância dos cumprimentos, no dia-a-dia, como desejar um bom dia, um bom fim de semana e, se possível, naturalmente, lembrar os aniversários. Essas atitudes solidificam o relacionamento, promovem bem-estar, geram harmonia no trabalho e fortalecem as equipes.

Complementando as orientações sobre as atitudes comportamentais, o autor chama a atenção para a necessidade da leitura. Para ele, esta deve fazer parte do cotidiano do professor. Ler bons livros e revistas dá uma dimensão superior à sua competência. A leitura promove melhor raciocínio, você se expressa com mais facilidade, enriquece seu vocabulário e aprimora sua sensibilidade.

Sem a intenção de esgotar essa questão tão complexa, o autor conclui alertando os profissionais sobre a competência emocional e sua importância nos relacionamentos no ambiente de trabalho. E afirma que quem não é emocionalmente resolvido tem sérias dificuldades de construir relacionamentos. Em sua leitura, a instabilidade emocional transforma você em persona non grata, afastando assim as pessoas que não gostam de estar perto de pessoas negativistas e mal resolvidas. Para ele, a competência emocional deve ser perseguida como se fosse uma pós-graduação. E, para isso, o professor deve buscar ajuda em livros, cursos, filmes e terapias, sentencia o autor.

Para consolidar o entendimento do Marketing Pessoal, retomamos Neto (2001). Por analogia, podemos inferir que o mercado não absorve profissionais apenas por serem eficientes, bons trabalhadores, possuírem capital acadêmico ou experiência prática. Embora, ressalve-se sempre, isso tudo é imprescindível para posicionar-se bem no mercado de trabalho. Este abraça os profissionais que demonstram ser capazes de satisfazer as expectativas pessoais que cada cliente consumidor possui a respeito dos serviços que presta.

Frente a essa leitura, podemos compreender que, mesmo os profissionais de educação, cuja imagem consolidada é a de profissionais dedicados, missionários e, antes de tudo, apaixonados pelo que fazem, passem a se preocupar com seu Marketing Pessoal, para inclusão no mercado de trabalho.

Dentro dessa perspectiva, Reinaldo Passadori (2003) sugere alguns cuidados na busca e estruturação do Marketing Pessoal na profissão do professor:

Faça algo para promover a sua própria imagem, aproveitando as oportunidades que surgirem para mostrar o potencial que tem; quer seja de falar em público, escrever um artigo para um jornal ou uma revista, fazer uma palestra ou tomar decisões para realizar algo desafiante.

Conheça e amplie as suas próprias capacidades, fazendo cursos de especializações ou aperfeiçoamento. Hoje, se faz necessário um conhecimento de inglês e de espanhol e uma constante atualização em informática.

Realize, principalmente em atividades profissionais, aquilo que lhe dá prazer. Estará prestando um grande serviço a você mesmo e aos seus clientes por estar fazendo algo melhor, justamente porque lhe é prazeroso.

Imagine-se no futuro e veja você lá. Imagine-se realizado, com muito sucesso pessoal e profissional e muito feliz. Isso o ajudará a identificar o que precisa fazer hoje para conseguir o que se deseja amanhã.

Viva harmoniosamente com as incertezas e as surpresas. Elas fazem parte do processo da vida. Não se deixe abater por dúvidas, medos ou fraquezas.

Além das orientações acima, Passadori deixa para reflexão: “Procure, acima de tudo, pautar a sua vida por princípios e valores. Lembre-se de que o Marketing Pessoal é apenas um reflexo daquilo que você é, pensa e sente”.


Anita S. M. Pinheiro – Consultora Empresarial, graduada em Psicologia, pós-graduada em Formação de Educadores – UFRPE, Administração e Marketing – UFRPE.
E-mail: anitaspinheiro@terra.com.br

Referências Bibliográficas
Revista Vencer . Ano I - nº 6 – março, 2000 – Marketing Pessoal
Sites: http://www.carvalhoneto.com.br/pessoal_01.htm.
Texto adaptado – Marketing Pessoal por Reinaldo Passadori.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O texto na sala de aula: “um veículo social”




A produção textual na escola vem sendo um tema bastante discutido entre professores e estudiosos da língua. A maior problemática enfrentada por alguns mestres é que essas aulas estão se tornando um verdadeiro martírio para os discentes.
O que se percebe nas salas de aula nos últimos anos são alunos desmotivados e produzindo textos insignificantes, os quais não condizem com o contexto; pois, diversas vezes esses textos são escritos para apenas para o professor, que basicamente é o único interlocutor dessas atividades. Outro problema sério que atinge o universo escolar são as aulas de produção textual, as quais na maioria das vezes estão centralizadas na modalidade lingüística. O texto não possui uma utilidade social na escola, é uma mera atividade mecânica, na qual os alunos estão norteados e inquietos simplesmente em aprender os aspectos gramaticais.
Sabe-seque a escrita é essencial na vida dos discentes, todavia, deve ser feita de forma instigante, otimizante, e prazerosa. Dessa maneira se faz necessário que as aulas de produção textual sejam interativas, as quais possibilitem o intercâmbio desses textos como “um veículo social”. Segundo estudiosos da língua, como, por exemplo, o professor Mascushi , da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), dependendo do interlocutor, os alunos produzem bons textos.Um exemplo disso são as cartas, os bilhetes e as poesias que eles produzem, porque os alunos conhecem o interlocutor desses textos. E outro fato interessante é que os mesmos sabem a utilidade social destas produções textuais. Torna-se inútil ensinar os alunos a ler e escrever sem lhes oferecer ocasiões para o uso efetivo da língua, eficiente, criativo e produtivo dessas habilidades de leitura e escrita.
Diante das mudanças evolutivas que vêm acontecendo em todas as esferas: sociais, culturais, políticas e econômicas é imprescindível mudanças significativas nas aulas de produção textual, já que as mesmas estão estagnadas há algum tempo. As mudanças vão chegando em um ritmo alucinante e não se admite mais que essas aulas sejam ministradas através de exercícios fragmentados, descontextualizados, sem significado na vida prática dos alunos. O professor de Língua Portuguesa deve estar atento às mudanças, deve orientar inovar, criar e construir com seus alunos atividades, as quais possam torná-los produtores de textos interessantes. O Brasil, em pesquisa recente, ficou no último lugar nas questões de leitura e interpretação. Se eles não conseguem ler e interpretar como vão escrever bons textos? Por este motivo é que torna-se interessante atividades que desenvolvam criticidade, criatividade e o prazer para que os alunos possam se tornar cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres na sociedade.
O professor deve lembrar que o texto é “um veículo social” e os mesmos necessitam de uma atenção especial na escola. O que acontece muitas vezes é que a escola tem dificuldades de lidar com os erros. Há uma tendência em não aceitar que o aluno escreva errado. Há premiação para quem acerta anotação de parabéns, estrelas e carimbos. A escola teme que os erros sejam fixados e promove a imediata substituição pelo certo. O que o professor precisa saber é que também errando os alunos aprendem. Os erros diversas vezes são frutos de reflexões e, portanto, os mesmos demonstram como estão pensando. Lamentavelmente, grande parte da atrofia para produção de textos é causada pela escola. Os alunos passam anos na escola e escrevem pouco. Diante de tudo isso surge uma indagação: como esperar que o aluno produza textos sem escrever?
Baseados nessa concepção afirmam os estudiosos que práticas pedagógicas as quais não permitem a expansão argumentativa da expressão oral e escrita reproduzem um sistema monopolizador, no qual as pessoas são reprodutoras passivas de um conhecimento homogêneo; no entanto, se transformam o saber em fazer almejando uma autonomia que é o saber ser torna- se mais fácil à aprendizagem, a qual deve estar centrada em formar alunos que escrevam textos interpretáveis e coerentes, a fim de que as aulas de produção textual na escola deixem de ser um martírio e tornem-se aulas prazerosas e estimulantes.
Texto da Professora Neusa Amorim

sábado, 4 de junho de 2011

VALE A PENA SER PROFESSOR?




Ser professor há muito tempo atrás significava sinônimo de status, já nos dias atuais esse status não existe mais; a semântica mudou e a conotação passou a ser outra. O que sempre se escuta na atualidade é: ainda vale a pena ser professor? Essa interrogativa permeia a boca de muitas pessoas, até mesmo daquelas que não têm cultura, as quais ver o professor como um mísero profissional. A partir de tantos questionamentos sempre vem à tona uma pergunta: qual é a verdadeira função do professor na atualidade?
O professor no final do século XIX até os meados do XX tinha a função de formar o aluno para o mercado de trabalho, devido às necessidades que as indústrias tinham de contratar mãos- de- obra especializadas. Nesse período o mestre era o dono do conhecimento, não se contestava o que ele ensinava, o professor era o detentor do saber. De acordo com os estudiosos daquela época esse profissional da educação deixava de exercer a sua profissão, quando não proporcionava aos alunos as verdadeiras condições de inserção social.
O mestre era respeitado em toda a sociedade, o aluno quando saía da escola estava apto ao mercado de trabalho e era chamado de “indivíduo autêntico”. Todas as honras eram canalizadas ao professor. Os bons profissionais da época respeitavam o mestre, o qual até então era visto pela sociedade como um missionário, um filósofo, uma pessoa especial. Com o passar do tempo, no final do século XX a função do professor tomou um novo direcionamento, ele passou a ser chamado por alguns intelectuais daquele tempo de Profissionais da Educação; porque esses trabalhadores começaram a reinvidicar seus direitos perante à sociedade. Com estas buscas de melhorias muitos movimentos foram criados, vieram os movimentos sindicais organizados, os professores, muitos deles, deixaram à comodidade, conformidade de achar que já sabiam tudo e tornaram-se aprendizes, a fim de dar conta de seu trabalho, mais também os que sabiam um pouco mais em sala de aula, começaram a se questionar quanto à sua prática pedagógica. Os discentes já não eram mais os de antes, porque muitos deles passaram a ser investigadores e curiosos.
Dessa forma inúmeras vezes assitía-se a discursos nos quais alguns professores reclamavam não saber mais o que fazer em sala de aula. O professor Pedro Demo da Universidade de Brasília, UNB, caracteriza bem essa acepção. Ele diz que para dar conta de um mundo que muda cada vez mais rápido, não há nada mais pertinente do que saber pensar. ”O poder não tem medo de quem passa fome e, sim, de quem sabe pensar”. (...) diz o mestre.
No início deste século a função do professor, diante de tantos estudos e pesquisas feitas na área, é facilitar o processo Ensino-Aprendizagem, orientar, instigar, interagir, pesquisar e organizar com os discentes, parcerias nas novas tecnologias, as quais estão a favor da Educação. Vive-se hoje na “Era da Informação”, a sociedade passa por um momento complexo e o professor deve ter muito equilíbrio emocional e saber usar essas informações a fim de poder transformá-las em conhecimento. A educação e o professor são as peças principais na construção do conhecimento nesse novo tempo.
Com a globalização o mundo ficou pequeno, as tecnologias cada dia tornaram-se mais avançadas. Toda essa revolução desvirtua o professor a não parar, já que não há mais uma educação pronta, acabada. Por isso, se faz necessário que o mestre esteja sempre atento às mudanças, tenha em mente os objetivos quanto ao desenvolvimento de sua prática pedagógica, a fim de que ele não se torne o profissional que reproduz conhecimento, repete gestos, porque de acordo com o professor Milton Santos, “filósofo da geografia”, esse tipo de profissional está com os dias contados. Logo, vale a pena sim, ser professor, desde que ele esteja imbricado em se tornar um intelectual, o qual está sempre em busca do processo de crescimento profissional contínuo. Ele necessita agir com humildade de quem nem sempre tem a resposta pronta, que sabe ouvir, calar quando necessário, que sempre usa a lucidez para tomar as decisões corretas. Enfim, que é prudente e nessa prudência ele aprende interagindo com seu aluno no dia-a - dia na sala de aula.

Texto da Professora Neusa Amorim 01/06/2006.
Postado por neusa.falub@gmail.com às 15:23